Mãos
Que escorregam nos sonhos e deslizam pelos desejos.
Que perseguem o pranto e desvendam segredos.
Que se elevam à boca na hora do espanto, medo.
Que carregam o mundo, responsabilidades.
Que desafiam o fraco e empurram os amedrontados.
Que tateiam o outro na incessante busca pela felicidade.
Que acariciam outras mãos, demonstrando presença, afeto.
Que voam livres pelo ar num domingo ensolarado.
Que presas, têm pressa para adquirir movimentos.
Que, ao alto, oram por tantas outras, sofredoras.
Que se comunicam,que enlaçam, que surpreendem, que me amam.