A um amigo, meu desabafo.
Hoje quis procurar-te
Mergulhar minhas angústias em tuas delicadezas
Bálsamo suave, alegria constante
Dores divididas.
Quis partilhar de sua
Vida,
Instante mágico, momento suspenso no ar
Estático, indefinível
Mas ao bater à tua porta
Oh! Amigo
Encontrei-a trancada, e ao chamar o teu nome
Você não me ouviu
E estava na casa.
O que eu te fiz?
Se ao olhar tuas frases e dissertar seus versos
Só encontrei aquela por quem procurava,
e descobri que o teu silêncio se encaixava ao meu
E tua voz era minha agonia.
Amigo,
por que a frieza de costas viradas,
Indiferença cruel dos covardes que vivem à margem da vida?
Ferida. Foi o que você fez comigo, e se me tem por inimigo,
não sei.
Mas voltei.
Não baterei mais na tua porta,
Em busca dos teus versos e teus encantos.
Ficarei em minha vaidade, presa.
Alçando vôos maiores que os teus.
Tendo a certeza que o sábio é aquele,
Que sabe que ainda nada aprendeu.