Xepa
Meio ambiente?
Eu sou o meio, o ambiente,
Eu sou gente;
Se a mim, me tratam como lixo,
Imaginem meu lugar no espaço...
Quizera me tratassem como bixo;
Dos lugares que passo,
Sou melhor do que tudo o que faço
Sou a cor, o suor, o calor
Em mim, há prazer e há dor,
Apesar de tudo, Só em mim existe o amor
Posso amar o mar e sentir o seu sabor
Te fazer carinho, beijar;
Tudo é meu: O sol, a lua o luar
Até luz do teu olhar.
Só existo porque me vês, me olhas,
Tu és como eu, testemunha viva
Das maravilhas de Deus e, ao mesmo tempo,
A própria maravilha
Não fosse assim,
Quem diria que eu seria um ser
E você que tão igual a mim?
Seus olhos me fazem existir
As primícias das delícias,
Os donos do mundo me jogam pra linha de fundo
Mas eu sou o gol, o fragor da galera;
Uns me tratam como xepa, como nicho;
Mas, da feira, da eira, da beira,
Sou todo o bom da peneira,
Aquilo que não se joga, que voga,
Nunca sou a droga.
O problema é que a política, sética e crítica,
Só discute o ambiente, nunca a gente...
Desse lugar que você suja,
Sou terra boa, sou semente...