INVERNO
Frio calcicante,
Congela me o corpo
Cristaliza minhas veias,
O sangue, sentimento...
Fluído, visgoso e
Difuso, arrepia meus pelos,
Gela meus pensamentos.
Um apelo ao calor da lareia,
A crepitar no meu peito
Um amor a queimar.
No aconchego da sala bem aquecida
Meu corpo gela sem a companhia
Da silueta bela, e amda, e querida.
Inverno de ventos uivantes,
Não!.. Não é nada...
Comparado ao grito da mente.
Isolado de toda e branca neve
Do abandono de meu peito.
Floco a floco a angustia
Cria campos brancos de solidão
Amontoando a neve da incompreensão.
A lua triste brilha com raios da não reconhecida paixão.
Inverno... Inferno de frio, gelo e ventos uivantes.
Não é nada compara à frieza de um peito vazio errante.
Passa-se invernos e novas estações reiniciam
E no tórax vazio e gelado permanece
O inverno da desilusão
Como camada de gelos eterno no coração.