Alegria de viver.
Percebi que chegava à meia idade, quando enfim parei para apreciar a beleza e ela fixou-se em mim, quase como uma necessidade quase fisiológica de ser apreciada.
Se a isso que chamam “descer a serra” o faço com enorme prazer,
desejoso de apreciar cada ínfima pedra solta no caminho, o que alguns classificam como drama, seja bom ou ruim.
Já não nego os percalços mas estes nada mais são que pontos de referência.
Existe em mim o desejo de criar paraísos,mais que de viver aventuras
A vida se faz mais lenta mas não arrefece o entusiasmo.
Rir-me do que me fez chorar,eis o que me deixa verdadeiramente atônito. Esse perdão incondicional do passado é o que torna mais doces os meus dias, poda meu radicalismo a golpes firmes de machado, descarta o supérfluo da minha existência.
E se nesse processo meu corpo se torna menos apto,que se há de fazer senão aceitar o módico preço seguindo em frente e saboreando ao máximo o que op momento me oferece generosamente.
* Essa reflexão nasceu ao voltar de uma recente viagem à Serra da Canastra, onde ficou claro a diferença de expectativas entre o proveito que dela tiraram meus filhos nas suas aventuras e o meu, na minha contemplação dramática. Meu Deus, como o mundo é bom!!! Que lugar abençoado.