Uma ave "auto" falante
Uma ave “auto” falante
Esquivando-se da escuridão
Furtiva por entre as frestas
Mascarada de luz artificial
Iluminou a um canto do salão
Ângulo que não cabia festa
Não iluminou o protagonista
Desviou-se de todo artista
Botou holofote na ave falante
Sempre tão pouco elegante
Ora, fez um discurso de amor
Fez juras a um alto falante
Eu sei que vou te amar, inebriante
Plagiava de Tom a Vinícius
Prometeu deixar todos os vícios
À caixa, de onde brotava som
Certamente, o camarim da poesia
Que cobria-se de ritmo e magia
Fazendo o mundo todo girar
E a ave verde, de tons dourados
De coração recém apaixonado
Sabia que a magia para o amor durar
Seria o baile nunca terminar