OS IPÊS ESTÃO FLORINDO
Nesta época de frias manhãs e tardes ensolaradas, arejados dias se enchem de cores precedendo as noites de inverno que chegam mais cedo.
Sob o etéreo manto azul e branco o sol se esparrama sobre a grama, parques, jardins e água das fontes, onde bebem os colibris. Raios solares reluzem o asfalto, realçam a alvura dos paralelepípedos, clareiam a cara nua da rua, ao dia se abrindo com os ipês florindo.
Da esplanada vê-se despontar a alvorada. O Paranoá descansa n’água doce e mansa, umedecendo as asas da aeronave. Do Bragueto, a ponte JK dobra o horizonte. E lá do alto vê-se florido o planalto, o eixo monumental.
Quero as flores nos canteiros. Na página do livro só um verso de Verlaine e outro de Baudelaire. Quero sons de violinos; de Schubert,"Serenade". Quero vinho, quero beijos e me afogar em desejos. Depois, com as mãos postas, ao olhar-me no espelho, acariciar-me a barba. Sentir da brisa o perfume e a carícia da lua em minha pele nua... Beijar a pétala da flor na minha boca à boca que é tua.
Amanhece. Como na palma da mão espreme-se um limão, no peito amargo o amor a esmagar meu coração.
Já não cantam as cigarras. Ouvem-se das guitarras os rocks rurais ou a Legião Urbana. O zum zum dos bares, o fuzuê dos humanos, o som dos Paralamas, das garotas de programas, meninos vendendo flores pro dia dos namorados. Esses amores clichês, Brasília em flores se abrindo enquanto florescem os ipês.
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Ouça!
http://www.youtube.com/watch?v=ZpA0l2WB86E
Nesta época de frias manhãs e tardes ensolaradas, arejados dias se enchem de cores precedendo as noites de inverno que chegam mais cedo.
Sob o etéreo manto azul e branco o sol se esparrama sobre a grama, parques, jardins e água das fontes, onde bebem os colibris. Raios solares reluzem o asfalto, realçam a alvura dos paralelepípedos, clareiam a cara nua da rua, ao dia se abrindo com os ipês florindo.
Da esplanada vê-se despontar a alvorada. O Paranoá descansa n’água doce e mansa, umedecendo as asas da aeronave. Do Bragueto, a ponte JK dobra o horizonte. E lá do alto vê-se florido o planalto, o eixo monumental.
Quero as flores nos canteiros. Na página do livro só um verso de Verlaine e outro de Baudelaire. Quero sons de violinos; de Schubert,"Serenade". Quero vinho, quero beijos e me afogar em desejos. Depois, com as mãos postas, ao olhar-me no espelho, acariciar-me a barba. Sentir da brisa o perfume e a carícia da lua em minha pele nua... Beijar a pétala da flor na minha boca à boca que é tua.
Amanhece. Como na palma da mão espreme-se um limão, no peito amargo o amor a esmagar meu coração.
Já não cantam as cigarras. Ouvem-se das guitarras os rocks rurais ou a Legião Urbana. O zum zum dos bares, o fuzuê dos humanos, o som dos Paralamas, das garotas de programas, meninos vendendo flores pro dia dos namorados. Esses amores clichês, Brasília em flores se abrindo enquanto florescem os ipês.
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