ORAÇÃO APÓS A LEITURA DE “MARCOS 12,38-44” OU PROSA POÉTICA ESPIRITUAL 01/2012
Por mais que deixemos de observar as prédicas de Jesus, não podemos ignorar que sua fala permanece viva e contemporânea nos dias de hoje.
Quantos não são, hoje, os "doutores da lei" denunciados por Cristo?
Nesse caso, "doutores da lei" somos todos. Somos aqueles pretensiosos do saber desconhecido de outrem. Ciosos em sobressair Somos os que julgam ter direito de usufruir e/ou usurpar daquilo que não têm direito.
Sei que eu preciso compreender que agi, muitas vezes, como esses doutores; quando, acreditando ser um ato inofensivo, tirei materiais (mesmo sendo insignificante materialmente falando) de quem por direito pertencem. Infenso ao principio do bem viver. Sei que deliberadamente usei dos meus conhecimentos para arrecadar louvores ao meu ego cego ou favores dos meus cínicos.
No primeiro não há desculpas, já que, de pronto, reconheço o meu agir pela consciência. Minha culpa toda. Porque descriminável é quem faz sem saber que fez. Mas pior é quem sabe e não alerta aquele que não sabe. Imputável a omissão, Senhor, é um mal do individualismo moderno, essa chaga que sempre cresce.
Já no segundo, lembro-me da assertiva divina: o que se humilha exaltado é e quem se exalta, derrotado está. Que vergonha encontro-me nesse momento confessando a Ti. Porque, além de mostrar-me fragilizado aos Teus olhos, o mais difícil é ver com os meus iludidos.
Perdoe-me, oh Pai! Que essa oração faça jorrar a paz que tanto necessito. Pois, na fé de sua ilimitada compaixão, fio-me contra o intermitente desejo terreno, que tudo acaba. Não é a paz de césares, mas a Paz de Deus que me alimenta.