"..O que surpreendia não era o fato de ter asas: Era seu amor pela queda."
O que encantava era o imprevisto do perigo que tocava a sua pele e sua alma... Levantava-se num suspiro, num susto, como se não desejasse. Só quem olhava nos fundos dos seus olhos conseguia ver o veneno que se escondia em um doce e malicioso movimento pra trás, como quem não queria ir além. Ah... E como queria. Queria cada vez mais, num ritmo acelerado como o toque de seus dedos pelas curvas arrepiadas. Só não podia parar num ponto só, porque estabilidade não era compatível com seu temperamento. Indecisa entre a margem do perigo e seu tentador jogo, e do romantismo tranquilizador. Entre a nuca e os lábios, entre os beijos e os abraços... Não prenda, não sufoque, mas não afrouxa. Certa hora precisa de ar, mas na maioria das vezes tudo que deseja é perdê-lo. Não pare num ponto só. Não fique na mesma posição. Arrepia, mas acaricia. Sente mas antes faz sentir, por favor. Ou não faz nada... Só fica olhando. Mas não faz o que ela pede. Aperta quando sussurrar pra soltar, mas nunca, em hipótese alguma, solta. Mas também não prende, entende? Ela tem algo que destoa do preto e branco...O que surpreendia não era o fato de ter asas: Era seu amor pela queda.