Sonhos
Quando o sono me abraça,
o sonho sai do travesseiro
quebra os elos que sustentam
os devaneios.
Veste-me de túnicas purpúreas
fazendo-me levitar
em mundos desconhecidos.
Fugitiva da realidade
encontro o vale perdido
de orquídeas alçadas por aves,
pétalas gotejadas em cores vivas
por pingos de chuva suaves
que ao som de violinos,
despertam ninfas em flores
desprovidas de espinhos.
A bruma que envolve os sonhos
chega num véu branco
montada em cavalo alado,
E transporta-me até as nuvens
agarrada nas asas.
Desfrutando do encanto
do galopar compassado,
solto os cabelos
que descem feito mantos.
Então vejo o sol
lançando novelos
de raios fulgurantes
empurrando meu sonho
pro despenhadeiro.
O despertar esfriou
meu corpo inteiro
me fazendo abraçar
com força o travesseiro...
Meu fiel e doce
companheiro.