“DOCE LEMBRAR”
Domínio Publico
Disconfio que a sodade,
Num gosta de ti mo bem..
Pois quando tu vem ela vai,
Quando tu vai ela vem.
Valdemiro Mendonça.
Eu tomem já to achano,
Qui sodade num ti adora...
Tu vais ela vem chegano,
Tu vens ela vai simbora.
Eram versinhos e trovas, que se ouvia nas casas vizinhas a casa dos meus avós, nas noites de sábado, quando se reuniam todos... Os moços/as num jeito bem caipira, mas muito natural. Declamavam versos como estes, às vezes criados e decorados durante a semana, para no final de semana fazer bonito, para tentar conquistar uma namorada ou um namorado. Era formada uma grande roda com bancos de madeira, e as brincadeiras de: Passar anel, decifrar enigmas, fui ao tororó, com adaptações como: Fui ao tororó beber água não achei, achei a fulana ou fulano e aí falava o verso! O citado/a tinha que responder outro de volta, às vezes era sem interesses de namoro, outras: “verdadeiras propostas de casamento, que eram ovacionadas ou vaiadas, pelos ouvintes atentos”. Os folguedos iam até meia noite e era a paquera d antigamente, bem diferente de: “vamos beijar na boca, ou vamos ficar! "Sem necessariamente, falar a palavra vai”. Bem... Eu tinha oito anos, hoje, tenho sessenta, então... Minha época de paquera era diferente daquela, e do contemporâneo, não posso opinar qual é a melhor, mas, eu sei que a minha época foi, muito especial! “Não conto é nada”! Um abraço galera.
Trovador