Par(t)ir
Par(t)ir.
É chegada a hora.
O caminho não se desenha, se afirma em cada passo.
As perguntas norteiam. Mais do que as respostas. Do que os livros na estante. Ou os cds nas caixas erradas. Ou os corações nos peitos errantes.
Ao vento pergunto:
- Seguindo aqui, onde irei chegar?
Ao que me responde:
- Basta saber que chegará. Mais importante será saber: Com quem me deparei quando me encontrei? E agora, por que(m) voltar?
Dos lápis que não usei, das cores que não pintei, dos lábios que não alcancei, do coração que não acelerei, carrego apenas isto comigo, morena: teu sorriso como café para aquecer o dia.
E assim se desfaz aquela agonia. Guardo comigo, pequena, somente uma fotografia. Com ela a certeza de que onde pisar semearei poesia.