Delírio de um vencido
Delírio de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco, fui bem criado (desde molécula!!!), eu acho. Desde molécula, filho da escuridão e rutilância, sempre que piscam os olhos, luzes, holofotes e os destinos sobre mim. Todo mundo é um pouco hipocondríaco de si mesmo. Complexo? Complexo. Complexo: prédios 1 e 2 (doenças de eu e mim, mas de você também), 3 e 4 até o 10, talvez, talvez mais (doenças de família, de grupo e de tribo)? Aumentando o complexo, temos edícios de pessoas lá pro 100, 200, por aí vai (doenças de comunidade, sociedade e/ou de mundo, de sistema, de galáxia, de universo, de multiverso, de infinito, de imensidão incontável de átomos e vazios repugnantes e causadores de ânsia e asfixia). Na mania de hipocondria de onde fugimos corremos para outra mania de sempre querer estar saudável. E quem assiste ao inevitável (de tua última quimera) enterro de mim nesse mar de paradoxos? Eu. E em diálogos de eu e mim, protagonizo e expecto a espera duradoura de que os vermes que pensam que pensam roam-me um fim.
Dija Darkdija