O sonho acabou
A menina trazia seus sonhos de infância,
E como qualquer criança, tinha esperança;
Sorria, trabalhava, estudava e sonhava.
Na escola descobriu um sentimento;
Que dominou seu pensamento;
Desde então, a menina sorria, trabalhava, estudava,
Sonhava e amava.
O tempo passou, a menina cresceu; o amor amadureceu;
Como acontece tanto;
Pra acompanhar a família, a menina partiu,
Sem que ninguém pudesse evitar o seu pranto.
Agora, a menina crescia, trabalhava, estudava,
Sonhava, amava e esperava.
Depois seu amor partiu acompanhando os seus.
A dor da primeira separação, do primeiro adeus.
A moça manteve seu sonho, seu amor da infância;
Porém, não era mais aquela criança;
A vida agora era cheia de incerteza, saudade, palavras;
A moça, não mais estudava, porém, trabalhava, sorria, chorava;
Sonhava, amava e esperava.
Como se o tempo não tivesse passado,
Aquele sonho de amor, confessado.
Registrado aos garranchos, escondidos;
Lidos, decorados e destruídos; registrados na alma e no coração.
Por medo da proibição, da punição.
De uma forma inimaginável, aconteceu!
O jovem, seu amor de infância apareceu;
A moça reviveu.
Sonho renascido, tudo acertado, tudo dito.
Logo estariam juntos pra viverem esse amor a muito escrito;
- O que são poucos meses, diante de tanto tempo passado?
Para a realização de um sonho tão esperado?
Agora juntos, sorriam, sonhavam,
Acordados.
O jovem voltaria em breve;
A jovem cantava, sorria, sentia-se leve!
A separação, agora não era dor. Era esperança;
Era a preparação para a concretização de um amor.
Que, para ambos, era maior que o tempo, maior que a distância;
Era um sonho de criança!
Meses depois, um acidente, uma fatalidade;
Destruiu em minutos, o sonho de um amor de verdade.
O sonho acabou a esperança findou;
Tudo ruiu junto com o avião que caiu!
A moça, chorou, sofreu, sonhou, esperou;
O jovem não voltou. Mas a moça,
Não morreu. Será?!
Marina Clarice
Diamantino-MT
04/01/2007 – 09:00 às 09:50