Elogio à loucura de Nietzsche
Elogio à loucura de Nietzsche
Já falei o que penso de ti meu caro Nietzsche; que és o mais sábio de todos os homens, que és o meu arquétipo celestial no céu da filosofia-poética, és a sombra que vejo nas minhas braçadas no mar da filosofia, todavia, devo dizer-te que, não serás o meu porto final, onde atracarei meu barco assombrado no fim da minha viagem existencial. Avançarei muito mais, chegarei muito mais longe do que chegaste com o teu Zaratustra, romperei o limiar da tua consciência, descobrirei todos os teus enigmas “Ariadne” aprenderei os passos complexos do teu bailar espiritual, acharei as sete chaves que abrem as portas mágicas do teu castelo camuflado de caverna, beberei o vinho doce escondido em odres de ouro da tua exuberante inteligência, brindarei em taças de prata a morte do teu guerreiro dançarino medieval (Zaratustra). Habitarei em tua floresta assombrada, plantarei um jardim em teu deserto e brincarei com tua serpente de fogo, tomarei água limpa na fonte suja da tua pretensão, subjugarei a tua soberba com a minha arrogância. Darei de comer aos doze mil homens que te seguem com os sete pães não fermentado da tua dieta, do teu jejum. Cantarei os mantras sagrados à beira da fogueira com o teu velho eremita.Comerei assado o carneiro inocente da tua redenção, brincarei com a serpente negra da tua astúcia, arrancarei teu manto escarlate, e vestirei o hábito branco da tua inocência.
Turvarei todas as fontes em que te embriagaste, onde bebeste o vinho da inspiração maligna da tua vaidade. Não esperarei seis mil anos para revelar o segredo da profecia da tua ressurreição, anunciarei em tempo certo o caminho do super-homem, mostrarei ao homem comum os sinais do cataclismo da sua ignorância, a destruição da besta, do homem de quatro pés. Ensinarei aos teus escolhidos o cântico novo e a dança da salvação eterna. Darei ao Übermensch um reino de paz e justiça o domínio milenar da tua liberdade, do teu reger imparcial, da tua incomparável sabedoria