4 de Maio

Sentados na escada fria, acompanhados de um rosnar animal, lá está o casal não convencional. Brincadeiras de amor, entre tapas e mordidas apaixonadas, sorrisos, apenas sorrisos, sem nenhum tipo de tristeza ou lágrima, deslumbrados entre olhares faiscantes, mas também serenos e leais.

Nem mesmo o frio do final de outono é capaz de congelar os sentimentos, a emoção de estarem juntos descobrindo o amor, é inexplicável, tão inexplicável quanto a intimidade adquirida em tão pouco tempo. As estrelas que os observam, por um momento voltam a acreditar na humanidade, e de como as coisas podem ser belas e maravilhosas nesse confuso planeta. Apesar de desconhecer a linguagem dos astros, pelo aumentar de seu brilho, parecem que compreendem os mais belos gestos humanos, o desejo da carne e o desejo da alma, não parece surpreender quem existe a milhões de anos.

Ao observar essas atitudes verdadeiramente puras, lembro de filmes antigos, cenas de amores que não mais existem no cinema, a não ser em cópias, não que não sejam boas cópias, mas nada é tão valioso quanto à essência de tudo, e ver o florescer de um cravo e uma rosa transcende o presente, e demonstram nossa dependência de comparação as belas coisas passadas.

Willians Rodrigues
Enviado por Willians Rodrigues em 26/05/2012
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