BATALHA NO CÉU
É incrível e deveras reconfortante para a alma
O quanto o verbo é importante e parece que pulsa
Falo de poetas que fazem de meu dia transmutar-se
Como se fossem feitos de ombros que contamos nossos segredos de vida como se pudéssemos toca-los de verdade...
O moribundo extremamente sábio
Já exaurido da luta rotineira
Se encontra a beira da morte
No leito de sua despedida
Ao seu lado, familiares saudosos se perdem
Como se um fio de esperança caso ainda soprasse
Mais acima do leito a morte já é dada por certa
Pois no etéreo já há uma peleja entre luz e sombra
Tridentes e espadas de luz se travam entre rivais do ar
Sombras demoníacas e anjos de luz
Brigam pela alma do ser sábio que está para
Se soltar das amarras da gravidade e da sombra da morte
E então o abate é feito mansamente na terra
Mais no ar é de uma rapidez ilimitada
Há uma luta ferrenha e eterna
Pois é este momento que nunca se encerra
Até que seja o ato consumado de fato
Entre os anjos que cegos tentam o atrair para a luz
Mais às vezes perdem a força já que a escuridão
É tamanha e pertencem aos não iluminados
Neste instante entram os auxiliares maiores
Os arcanjos que enfim o arrastam para a luz
É um combate atroz e anjos como bois de piranha
São deixados para trás...
Pois que um sábio que neste caso sua alma é cega
E pode pertencer a qualquer um dos lados...
É engraçado que geralmente as mortes
Dos moribundos em seu leito
Sempre acontecem de madrugada
Ou logo no comecinho da manhã...