PONTE SOBRE O AMANHÃ

É elétrica a inquietude nessa madrugada de fel e ausências. É noite do vento pampeiro. O ar noturno esfria os pés e a mão exterminadora gasta gesto e palavra. Traceja o poema como ponte entre passado, presente e futuro. Não há nada mais do que esse mergulho íntimo... Somente uma janelinha, e à frente, a árvore frondosa que olha o mundo com os cabelos esparramados. Banho-me no húmus que fecunda a semente e o riso. O que dizer ao Outro, se eu só sei abraçar raízes?

– Do livro O AMAR É FÓSFORO, 2012.

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