RESPEITO MÚTUO

O vento não enxerga,
Pois se enxergasse, com certeza,
Não causaria tanta destruição...
O mar. O mar também não tem olhos,
E se os tem, devem ser de todos os lados,

Já que às vezes nos causa tantos transtornos.
As montanhas, Ah! Essas também, com certeza,
Não vêm, não ouvem, não têm coração, se não,
Não desabariam, levando com elas tantas vidas!
As pedras, essas... Ah! Essas não falam, não ouvem,
Não se importam de rolar morro a baixo, soterrando,
O que encontrar no caminho, por onde despencarem...

Porém, o vento é necessário, assim como o mar, que,
Ajudam a que se busque o alimento, os barcos necessitam,
Do vento, para erguerem as velas, as velas conduzem os barcos,
Levando os pescadores para a labuta do dia a dia, enfim, nada,
Que nos é entregue pela natureza é em vão; tem um sentido...
Uma razão de ser, ou não faria sentido algum suas existências.
As montanhas nos entregam o verde, o oxigênio necessário...

As pedras, ainda que rolem, ceifando vidas, também ajudam a que,
Se construa moradias, estradas, barreiras para impedir que o mar,
Chegue aonde não deveria, pois às vezes, roubamos parte dele e aí,
Tememos, que de um momento para outro, revoltado, ele venha e,
Com razão, cobrar de nós, o que lhe é de direito. Afinal, também,
Somos parte da natureza, portanto, o respeito terá que ser mútuo.