MALDITA CARÊNCIA

Como falar dessa, desse, sei lá se,

estado abstrato, que nem sei expressar direito?

Que nem sei, se me dá alma em demasia por apegar-me,

ou se me desalma por completo pela falta de quem a mim se apegue.

E porque mexe tanto com o pouco que ainda retenho aqui dentro?

Com o pouco que consegui no labor da garimpagem de mim mesma.

Essa coisa que me faz escolher sempre o erro e não ser a escolhida.

É estranho o fato de sentir-me oca ao mesmo tempo que, transbordo.

E piorando ainda, transbordo na taça daquele que nunca se embriaga.

Enquanto eu, me embriago sempre dessa maldita lucidez,

que jamais quis ver nascer com os meus dias.

Mas, que todavia, adoraria ver morrer do encontro dos lábios meus,

com os de nem sei mais quem...

Anne Jansen
Enviado por Anne Jansen em 20/05/2012
Reeditado em 27/05/2012
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