ALMAS DE OUTONO

Bonança nos sentimentos.

A natureza pára silenciosa

Perplexa, cinza... e inerte descansa

Das intempéries sofridas

No decorrer das cíclicas mudanças.

A quase imperceptível cinética do momento,

Manifesta-se apenas nas folhas...

Que pálidas, secas e cansadas,

Desprendem-se na atmosfera

Simbolizando o final, inexorável ,de tudo!

O vento...finge-se de inerte.

Mas acaricia timidamente os raios solares

Mornos... tênues...e heróis

Que afugentam a frieza dolorosa

Das cicatrizes cravadas no tempo!

A nostálgica quietude se espalha

Prenunciando o inverno que se aproxima

Onde se abraçam a saudade e a esperança

De dias coloridos vindouros...

Acalentados pelo alegre canto

dos pássaros do verão.

Poucos ruídos ecoam...

O silêncio é o som do momento.

Cantos débeis de pardais então se amplificam,

Anunciando a revoada da partida

Em busca de novas estações.

Assim somos nós, almas de outono!

Que no remanso observamos o reciclar da natureza

Adormecida apenas brevemente,

mas despertada pelo perfume das flores;

No contínuo e maravilhoso aprendizado de que...

Sempre é tempo de recomeçar!

SP,04/09/1999