“EU QUERO UM HOMEM”
Eu quero um homem. Que faça parte da minha família. Que chame minha vó de vó, que brinque com os meus sobrinhos. Que chegue em casa e abra a geladeira e que sinta-se a vontade com isso, e que minha família também ache natural. Que fale para minha mãe que está com vontade de comer a sopa que ela faz e vê-la fazendo, feliz.
Eu quero um homem. Que me peça em namoro aos meus pais, que me dê um anel de noivado num almoço de domingo, que me peça em casamento. Que me dê filhos.
Eu quero um homem. Que goste de passar horas ao meu lado, fazendo muita coisa ou fazendo nada. Que goste de ficar em casa, que pregue, que arrume, que conserte. Que coloque uma cortina, que apare a grama, que compre um sofá.
Eu quero um homem que se sinta entusiasmado quando vir meu corpo nu, que me contemple como um artista contempla um quadro. Eu quero um homem que me ame, que me dê presentes, pequenos presentes, chocolates.
Eu quero um homem que me admire, que sonhe junto. Que me incentive a perseguir meus objetivos. Eu quero um homem que goste de conversar, ouvir meus pensamentos mais doidos, que goste de sentar de baixo de uma árvore e que descascar mexericas. Eu quero um homem que escreva cartas.
(Eu quero um homem que não ronque, que não beba cerveja e que goste de ir à missa).
Eu quero um homem que me faça rir. Talvez esse seja o primeiro de meus desejos: um homem que me faça rir.
Eu quero um homem comum. Eu quero um homem que me faça sentir completa.