Asma

Às vezes em nostalgia, me lembro de quando o tinha em abundancia.

És tu, como o ar acintoso ocupando o espaço outrora de minhas vísceras.

És tu, me fazendo respirar. Regando-me com seu néctar da vida.

E fielmente como deve ser. Vem e vai há segundos. Quando quer, aparece com ar de sua graça. Mas é breve, não se prende. Mas você não parece se importar. Penso até que lhe agrada me ver desanimada pelos cantos a sua espera. Uma hora me canso. Já não ligo se não vem, seria bom se não viesse. A saudade escorre por mim. Deixo de querê-lo demasiado. Corro para longe, tenho a impressão de que quanto mais corro mais o preciso. Estou vivendo com minha reserva de você, é o suficiente.

Hoje me sinto mais leve, porque estou mais vazia. A reserva está acabando. Encho-me de alento ao imaginar que no fim, você voltará a preencher-me para que eu viva.

És tu, como o ar onipresente. Que preenche todo meu espaço me sufoca quando em demasia e que, bem, se não o tivesse morreria lentamente por sua falta.

Vulgo Maria
Enviado por Vulgo Maria em 17/05/2012
Reeditado em 07/03/2019
Código do texto: T3672351
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.