Ode do Franco Atirador
Sórdido olhar, ávida pericia, gênio astuto que enverniza a arquitetura bélica da arte. Alvo escolhido, destreza ensaiada na polpa do instinto caçador, revelando na mira a intimação do executor. Adaptavél na aridês ou na nevasca, sua resistência molda-lhe carisma em mecanismo predador. Cúpido semblante, ceifando a sorte, plantando infortúnios na moral inimiga, onde o continuo é maculado pelas raízes do temor. Braço direito do medo, mão amiga do terror; o escolhido à favor do vento, com seu rifle ele é o arauto da dor. Redentor, depositando em seus projéteis a fé num único disparo tinto de vermelho e torpor. Anestesiando a consciência adversária e instituindo encomendas ao criador.