“PEDACINHO DE CÉU”
Valdemiro Mendonça.
Rolei tantas vezes na cama, que eu perdi a conta. Eu sabia que a causa, estava no quarto ao lado, tentei desviar mil vezes o meu pensamento da sua figura, que teimava em permanecer lá dentro, ferroando minha cabeça, como um capetinha bem malvado.
= Eu ficava imaginando em que posição estaria deitado o seu corpo escultural, e se também estaria acordada pensando em alguém, que eu tinha plena consciência de que não seria eu.
Ela jamais iria imaginar que um garoto de dezessete, anos poderia estar suspirando pela mulher do seu chefe que estava viajando e por cuidado ou por ciúmes pediu ao office-boy, para dormir na casa e espantar os ladrões que aparecessem. Este era o medo da madame, dormir sozinha naquele apartamento no vigésimo andar, daquele rico prédio no bairro mais chique da cidade.
De repente uma batida na porta do quarto, logo a seguir ela se abriu, o sonho se fez mulher... Não houve nenhuma palavra, ela apenas caminhou para mim, uma deusa de beleza cujo perfume me embriagava e envolvia, como se fosse minha dona, como um demônio de prazer como um anjo de pecado.
De repente não mais dezessete anos, de repente não mais a mulher do chefe... De repente o céu desabou sobre minha cabeça...
Um maravilhoso pedaço de céu caiu sobre minha cabeça. Aleluia - aleluia - aleluia - aleluiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
Trovador.