A chuva cai lá fora

Por um longo tempo o que desejamos é apenas mais uma chance para provarmos de outros sabores, de outras felicidades, de outros sentimentos. Aquele momento em que estamos parados e tudo costuma passar diante de nossos olhos, os relâmpagos lá fora iluminam o céu tomado pela escuridão noturna, as luzes da cidade ao horizonte nos fazem sentir uma completa nostalgia, a chuva respigando no vidro, e nossos olhos voltados para a sua sutileza. Quantos foram aqueles momentos em que queremos tomar tudo para nós? Sermos egoístas e ficar com toda alegria, com todo o sorriso de felicidade, porém, o momento nos foge aos poucos, as letras escritas no mais belo livro se tornam apenas rabiscos diante de nossa incerteza. Somos tomados inevitavelmente pelos momentos de embriagues da alma, e são nesses momentos que gostaríamos de ter em punho um simples lápis e uma folha em branca, para podermos ao menos dizer tudo que sentimos e transpassar para o papel nossos sentimentos mais fiéis, ou até mesmo, os mais infiéis, que culminam toda nossa existência e liberdade. Tempestades de desejos afetam nossas vidas, assim, perpetuam nossas incertezas, nossas falhas, nossos em “vãos”. Confiamos em nossas decisões como se fossem as únicas verdades existentes, nos fechamos para um mundo de realizações novas, por sermos, talvez, ineptos?

Guilherme Cesar Meneguci
Enviado por Guilherme Cesar Meneguci em 13/05/2012
Reeditado em 16/05/2012
Código do texto: T3664984