SOB O SOL DE MAIO.
Sob o sol tímido mas aberto, morno e ameno, envolto entre nuvens/véus de radiante verão e cinzento inverno.
As folhas caem sorrateiras em silencioso balé ao sabor do vento ou em furiosa valsa regida pelo sopro forte e impreciso do vento sul.
A chuva por vezes cai miuda e fresca,refazendo as esperanças,em outros momentos se derrama debalde sobre a vida e as vidraças.
Há um aroma doce espalhado pelo ar, não se pode definir se são flores afagadas pela brisa ou se são frutas sacudidas pela ventania.
As tardes são coloridas e multifacetadas, as manhãs são de azul ímpar e as noites de rasgos de lua entrecortando estrelas.
Sob o sol de maio,o medo cresce e a vida parece acelerar os passos quase correndo e quase querendo parar.
A imagem da silhueta da lua enfeita o firmamento e prateia as águas inquietas do mar.
Imensos tapetes de folhas amarelas em busca de renovação se espalham pelas alamedas na maioria das vezes já descoloridas pela vida cotidiana.
É outono, silenciosa e misteriosa estação.
É maio das mães, noivas, Maria e da chama violeta da renovação.
Aproveito o fim de tarde silente e multicolorido para quase levitar em meio aos raios tímidos do sol de maio.
Márcia Barcelos.
12/05/2012.