SABADO SEM EMBALO.
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
Hoje me acordo como quem dorme. Como quem dorme o sono dos justos, quando lá fora há injustiça cercada impunidades por todos os lados. Acordo-me com poderes de acudir. Assim mesmo: acudir. Tem dias que a gente se acorda o contrário, meio trapo, meio troço, meio quilo, meio. Hoje, não. Acordei inteiro, sentindo-me recuperado da rotina de uma semana cansativa pela busca incessante do pão nosso de cada noite. Acho que o pão nosso deveria ser mesmo de cada noite, mas entendo que se tem coisas que nasceram para o dia é o pão. Mas o café que lhe faz companhia, não. Esse pode ser do dia, da noite ou da meia noite.
Agora acordado, sábado sem embalo, respiro o panorama que só o litoral faculta: liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós. Isto: liberdade no descortinar do oceano com o horizonte que unir a visão como se não existisse Europa X Recife. Recife é meio que a porta de entrada para Europa e daqui da janela do décimo andar conseguimos vislumbrar esse horizontem. Ontens do que um dia fomos; hojes do que um dia seremos. Conjugação dos “dois em um” porque a vida é ávida de novos paradigmas pela dificuldade de ser feliz numa canção de uma só nota. A canção da vida é extensa para a nossa curta existência. Mas é assim que o tempo da vida acontece ignorando nossos valores, nossos risos e dores.
Agora acordado, sábado sem embalo, respiro o panorama que só o litoral faculta: liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós. Isto: liberdade no descortinar do oceano com o horizonte que unir a visão como se não existisse Europa X Recife. Recife é meio que a porta de entrada para Europa e daqui da janela do décimo andar conseguimos vislumbrar esse horizontem. Ontens do que um dia fomos; hojes do que um dia seremos. Conjugação dos “dois em um” porque a vida é ávida de novos paradigmas pela dificuldade de ser feliz numa canção de uma só nota. A canção da vida é extensa para a nossa curta existência. Mas é assim que o tempo da vida acontece ignorando nossos valores, nossos risos e dores.
Por isto, acordado, durmo o sonho real de que tudo é eterno enquanto passageiro. A ilusão humana de não morrer não faz de ninguém imortal. Imoral sensação de que lá fora só nos resta o resto do amor que se perdeu entre uma onda e outra do mar revolto desse inverno cheio de sol no nordeste. Contradição que a gente que aqui dorme e se acorda nunca se acostuma. A seca dizima, mas fertiliza o sentimento de amor ao chão, à terra que escolhemos para amar e viver. Por isto, acordado, sinto-me como quem dorme. Jamais como a avestruz, mas porque dormindo acordado a gente consegue somar a vida com a calculadora do tempo que nem tudo reduz, mas nos seduz para novos desafios para que possamos manter a ilusão de ser feliz...