POR UMA NOVA UTOPIA
Que a espera não se canse,
que dela se possa vislumbrar outros sois
e que desse dia que se espera inabalável,
haja em cada novo ser, outros tantos sonhos
Que ao chegar a noite,
haja lua ou não haja,
mas se perdure na imaginação
o desejo de outras auroras
Que chegado o novo dia,
sobre a mesa o bule e o pão
tragam nos olhares,
infantis ou já maduros,
o brilho cintilante da alegria
Que a infância não se perca
na maledicência do interesse
e que, quando já possuída da rudez
das responsabilidades exigidas de dedo em riste,
tenha ainda a sapiência só às crianças ofertadas
Que já possuído do peso dos anos sobre os ombros,
possa, instituído das lembranças do que conheceu,
derramar lágrimas de saudades e risos compartilhados,
posto que àquele que cultivou a genuína amizade,
mesmo que chegado seu tempo,
não lamentará o que lhe é por direito
Que a estrada por onde caminhou por longo tempo,
mesmo que às vezes não bem asfaltada,
não impediu àquele que por ela transitou,
vencê-la
certo que era caminhando que se fazia o caminho