DUALIDADES DA VIDA

Numa dimensão de dualidades,

A vida faz com que os opostos

Estejam mais próximos

Do que se possa imaginar...

Não por se atraírem,

Mas, para nos trair!

Para que possamos aceitar

O quanto necessitamos do outro,

Para nos equilibrar...

Numa polaridade entre:

Ação e reação,

Trevas e luzes,

Calor e frio,

Fluxo e refluxo,

Inspiração e respiração...

Ser bruto e ser vivo,

Dia e noite,

Sal e o açúcar,

O vento e a calmaria,

A terra e mar,

A alegria e a tristeza,

O leve e o pesado,

O simples e o complicado

O homem e a mulher...

O masculino e o feminino,

O repouso e o cansaço,

O ócio e a labuta

O sim e o não,

O amor e o ódio

O doce e o amargo...

O feio e o bonito,

O bem e o mal,

O bom e o ruim,

A ida e a vinda,

A calmaria e as tormentas...

A chuva e o sol,

A chegada e a partida,

A juventude e a velhice,

O medo e a coragem,

O certo e o errado,

O sujo e o asseado,

A força e a fraqueza...

A prisão e a liberdade.

A mentira e a verdade...

A certeza e a duvida,

O sonho e a realidade...

A vida e a morte...

Etc, etc, etc,etc, etc, etc...

Listamos uma infinidades de coisas,

De tal forma,

Que chegamos a conclusão de que cada coisa,

Pode ser o complemento da outra...

Assim como;

A matéria e o espírito,

Que nos divide entre o real e o imaginário...

Cada passo que firmamos em nossas vidas,

Em cada pegada que deixamos em

Nossos caminhos...

Necessitamos do desequilíbrio

Para que possamos nos equilibrar...

Precisamos do sofrimento,

Para poder sentir saudade da paz...

Precisamos perder a consciência da realidade

Para nos permitir sonhar...

Precisamos fracassar, para

Sabermos o valor do sucesso...

Precisamos do consciente

Para aguçar nosso interior...

Precisamos,

Precisamos,

Precisamos,

E precisamos...

Precisamos perder para saber que tínhamos,

Precisamos chorar para entender o valor de um sorriso...

Enfim,

Somente sentindo a ausência ou a presença do outro

É que podemos ter a verdadeira e real dimensão

Das dualidades desta vida...

É nessa dualidade, entre;

A certeza e a duvida,

O medo e a coragem...

O sujeito e o individuo,

É que construímos nossa existência,

Entre;

A elegância e o desleixo,

A arrogância e a polidez,

A seriedade e as brincadeiras...

O certo e o errado,

O ligado e o desligado,

A organização e o caos...

Nesse acorde de notas claras entre;

A fé e a espada,

Na dança do balé com o samba...

Meio a inverno e verão,

Outonos ou primaveras...

Conhecemos os desconhecidos.

E o tempo sem noção,

Nos ensina a lição,

Meio a falta de texto...

E o pouco que parece muito,

E o muito que as vezes parece pouco,

Muitas vezes o igual parece diferente...

Entre os séculos e os segundos,

Entre o mundo e o universo...

Entre o pensamento e a demência

Entre a fartura e a abstinência...

A presença e a ausência,

A histeria e a sanidade...

Entre o esterilizado e o imundo,

O estéril e o fecundo...

O mestre e o discípulo,

Entre os deuses e os demônios

O céu e o firmamento...

As dualidades da vida

Nos faz crer que tudo neste plano,

Tornam-se efêmero demais

Para nos prender-mos

Nas dores de nossa existência.