A dor é minha
Sabe o que dói?
Você.
Ter que rejeitar o sorriso largo,
os dentes que quase não se desgrudam
e a boca que quase não abre pra fala.
Doem em mim coisas como essas
quase que todos os dias da minha
existência medíocre em busca de apegos.
Me faz ser pior que já sou
simplesmente por me fazer acreditar
sem querer em possibilidades.
Já matei sentimentos em mim
mas parece que você os desfibrila a todo instante
para que sejam aniquilados novamente.
O que dói e mata
é saber que eu sempre vou estar disposto
e pronto depois que baixar guarda.
Me dói resistir ao teu sorriso largo,
ao teu sotaque estranho,
ao teu momento narcisístico
pra me fazer rir.
Não me machuca a dor:
ela passa rápido.
Me machuca saber que você,
ora é um ora é outro.
E eu nem sei se rejeito ou morro de vez
(de amores, de novo).