Pedra a pedra...
Solidão chegou.
Eu nem sabia que ela estava a caminho.
Foi assim...de repente... num instante qualquer.
Nem sei como foi isto acontecer...
A verdade é que ela me encontrou.
E me encontrou desprevenida!
Penetrou em minhas células, invadindo minha paz!
Com certa elegância, aceitei sua invasão,
mas, como lira!
E, como tal, dei-lhe vida!
Discorri sobre seu intento,
confundi-lhe com meus argumentos,
que não foram poucos...
Até ao ponto de hipnotizá-la
com o tic-tac do meu relógio mental.
E, quando, malgrado a senti vulnerável a mim
e não eu a ela,
tomei-lhe em ambas as mãos e esmaguei-lhe.
Esmaguei-lhe...
como se faz com um torrão de areia seco.
Depois varri seus fragmentos
com a vassoura da minha alma.
Daí então,
devolvi para mim o meu bem-estar
e minha recente paz,
cujos,adquiri, num misterioso faz de conta
que fui construindo
ao longo de cada respiração...
Pedra a pedra...