"A MORTE DA FÊNIX"

                                                            
 
No início, ao homem foi dado o direito de conversar com Deus. Este o ouvia e até o aconselhava nas dúvidas. Enquanto todos os seres vivos foram iguais perante o Criador, tudo transcorreu de forma pacífica. Mas, por descuido, à criação foi dada a condição de pensar, agir, o que a levou a contestar, argumentar. Os seres vivos foram destinados a outro padrão de vida num outro mundo criado como castigo: Planeta Terra. Deus não suportou as divergências surgidas. No novo quintal, uma nova doutrina, novas comoções. Ao homem foi dada a razão de ouvir e aconselhar. Não houve consenso. As intolerâncias se acirraram e engoliram a paz que foi sucedida pela violência. Nasceu assim a treva. Cortinou-se a luz. Deus se fez Espírito e volta à solidão no seu Reino Celestial. O homem padece sua ínfima condição humana. Acabou-se o encanto. Morreu a Fênix. Agora, a luta é pela sobrevivência e uma vaga de volta à Casa do Pai.

                                
 
                                                                                                             (ARO. 2012)



Profaro
Enviado por Profaro em 04/05/2012
Reeditado em 06/05/2012
Código do texto: T3650153
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