Asas inquietas

Minhas asas cresceram, ficaram grandes demais, eu preciso sair daqui, voar, acompanhar o vento. Este lugar onde me encontro é tão fechado, tão pequeno, que minhas asas estão sempre se ferindo, sangrando. Outros não querem que eu voe. Dizem-me que sou incapaz de voar, que me perderei se partir e não saberei me encontrar. Estão errados. Eu sei que posso voar. As minhas asas inquietas podem me levar aonde pretendo e eu não tenho medo do que posso encontra ao partir. Meu medo é o de ficar toda a minha vida nesta jaula, impedida de voar, minhas asas sofrendo lesões contínuas em atrito com o metal. Por favor, deixem-me voar! Não veem que minhas asas cresceram e precisam de espaço? Se eu não voar, não conhecer a amplidão, minhas asas acabarão mutiladas, o meu espírito quebrantará, pois eu terei as asas dilaceradas sem nunca ter experimentado a felicidade de voar! Privar-me do direito de voar é o mesmo que me matar, porque me impede de ser feliz, livre, de decidir meu destino e de viver!