Complexo Inventado
No inverso do meu avesso e no avesso do meu inverso apareço.
É nessa complexidade que você me encontra,
nos versos sem rima, nas palavras sem carisma
e na tristeza diária que domina
o meu humor desde as 6h da manhã até as 6h do outro dia.
Ai, como eu queria aquele amor comum, aquele amor entretido em meiguices. Ah! Se eu pudesse viver um dia nele, me infiltrar nessa fantasia, mentir essas mentiras, sem culpa e sem malícia. Eu queria, sim, poder satisfazer meu ego alguma vez, uma vez que fosse! Queria experimentar essa sensação de poder viver inventando amores que amassem me amar.
Ter minha própria casa pra misturar as cores e jogá-las todas na parede, o que desse seria um bom retrato do que em mim acontece: Confusão na fusão de cores, novas pétalas de flores, cheiros e sentidos misturados, junção de tudo o que tenho vivido e mais tudo que possa ser confundido
(ou inventado).
Queria um amigo pra chamar de meu, queria que aquele meu amor antigo soubesse do meu plano profano e contasse a soma dos meus anos de pensamentos sobre ele.
Queria tudo e mais um pouco, mas meu querer é tão contrário, que de alguma maneira se diz certo, mas se perde no inverso do meu avesso e se encontra no avesso do meu inverso.