Há poemas que nascem como estouro da boiada, vem assim em multidão, atropelos, o coração do poeta disparado e aquele momento intenso em que as peças encaixadas fazem o maior sentido poético.
Mas há outros, em que as palavras intuídas estacam diante da indecisão e despencam ladeira abaixo.
Nenhum problema, pois aprendemos com o tempo, que palavras aparentemente perdidas retornam em construções ainda melhores por um mecanismo ou mágica da qual tão pouco sabemos, mas que habita a nossa subjetividade.
Poesia é assim este constante reflorescimento das mesmas fontes que captam o mundo exterior, misturam tudo e nos devolvem a vida sob prismas inesperados e belos!