Bom dia, vida!
Era apenas um fio o que me separava da esquina naquela manhã de domingo. Eu podeira arriscar-me a colocar os pés na rua e chegar até lá, poderia ir seguindo o canto da maritaca ou o do sabiá, eu podeira simplesmente seguir meu próprio senso de direção e ir onde pudesse chegar pela força das minhas pernas já tão cansadas...
Apenas fiquei olhando o dia passar com sua força tão cinza, escondendo um sol que trago tão claro em meu peito; o vento passou, o trem também passou, veio o calor e eu parada sem saber para onde ir.
O chamado humano não veio.
O trem não parou trazendo notícias de lá e os pássaros seguiram com seu canto matinal, na linguagem encantada que só os puros entendem.
A vida não parou no tempo, o fluxo se fez, os meus olhos embaçados coçaram pela segunda vez, peguei meu óculos, limpei as lentes, coloquei-o no rosto, olhei para a esquina e eu estava lá descendo a ladeira... Sempre podemos mudar o rumo do dia.
Bom dia, vida!