Lembrei-me das mãos
Lembrei-me das mãos,
dos atos escondidos
por entre nossos dedos,
da maneira inusitada
de falarmos de amor
percorrendo todo o corpo,
percorrendo, enfim, caminhos.
E as mãos eram trêmulas,
a vida era trêmula...
ocasião escondida,
desejos sufocados,
muito de nós por pouquíssimo do alheio...
Lembrei-me das mãos,
da história que elas vêm contando
a cada palpitar dos anos em calendários
alegremente envelhecidos pelo toque de nós dois.
...e ainda andam dadas, atadas, entremeadas à felicidade
que se constrói a partir de mãos que lutam por se conhecer.