Símbolo do Símbolo

A simbologia dos textos literários; são como profecias que não se cumpriram, ou aplicadas depois dos acontecimentos, com o tempo vencido. São de fato, literatura vulgar, que não atingiram o estado nobre da criação artística, são um amontoado de barro, argila sem espírito, corpos sem vidas, homens sem livre-arbítrio, são almas sem vestuários, escopo sem membros, sem espinha dorsal, cabeça sem cérebro, mãos sem dedos, nariz sem pulmão.Fragmentos, rascunhos sem coordenação, erros repetidos, cápsulas que não deflagraram, tiros que saíram pela culatra, fósforo que não acenderam em noite fria de verão.Semente que não fecundou, paixão que não cresceu, amor que se perdeu. O filho de um aborto, a mãe que morre junto, a cria abandonada, a mão do pai ausente, o sonho do futuro, a falta do presente. A dor que não doeu o riso entre-dentes.A chuva no deserto, a brisa em dia quente, o frio da saudade, a paz do amor ardente, um não quando quer sim, a fim de ser contente. A fresta que se fecha, aporta que se abre, o doce que amarga, a água que dar sede, o fogo que não queima, a esperança verde. O chão que não se pisa, a roupa que não veste, o mar que não invade, a música que não ouve, a voz que não se fala, o livro que não diz das vidas que ele sabe.O peixe de água doce, salgado de vontade, vontade sem desejo, desejo sem vaidade. O tempo é passageiro, primeiro no final, começo sem aviso, o fim amargo mal, os passos que faltaram, a volta sem partida, adeus sem despedida, o mundo que acabou, o resto é frugal...