D i s t â n c i a
Hoje eu senti uma saudade danada de mim,
Não aquela saudade vaidosa
Querendo ser o que fui de volta,
Porque gosto de ser como sou agora.
Saudades sim, dos meus sonhos impossíveis
Tão gostoso de dormir, desses
Que alimentei por uma vida inteira.
Tempo
No qual me lancei, achei improvável, mas acreditei
Que poderia tocar os teus lábios...
Não como se tocaria uma estrela,
Tocar de verdade, com minha alma, lhe amando
Com as pontas dos meus dedos
Teu rosto, teu corpo, invadindo teus segredos.
Tudo agora é duma distância sem medidas.
Como fugir sozinha, dessa realidade?
O mesmo tempo que não leva de mim essa vontade
Sem mais sombras de realidade, pois
Transformou tudo numa ilusão perdida
Deixou em mim só esse vazio,
Só a saudade sem que eu saiba qual a saída.
O que falar para tanto amor que em mim ficou,
Agora eu e ele, infinitamente distantes...
O destino é de uma indiferença e frieza,
Sem que nada consiga apagar tanto amor,
Conviver tudo isso é a minha única certeza.
O mais curioso é que persiste aqui,
Qualquer coisa que ainda acredita em nós dois...
Que não admite essa distância, mostrando
Quão louca ainda mais do que pude, me tornei!
Liduina do Nascimento