ELDORADO

Retorno de coração pleno,

e de mãos vazias...

Ludibriada pelo eldorado,

da vã poesia!

Não tenhas medo!

Comigo,

eu jamais te levaria.

E sei que perdi a hora,

ao acreditar que poderia.

Sossega!

No nosso poema,

jamais haverá espaço

para a realidade.

Nos desejamos nos versos,

Nos possuímos nas rimas!

E neste reverso,

a hora é chegada:

Eu bato em retirada!

Tu te lembras,menino Leo,

da minha Sequóia?

Acostumada a atravessar

fronteiras...

segue firme,

e altaneira!

De volta,

escalo as mesmas raízes.

E por favor...

Não me peças que eu deslize!

O meu amor,

não saberia...te dizer...

-não!

Apenas ora!

No silêncio da madrugada,

aos ruídos da noite que não passa,

lá estarei eu,

no alto da sua copa agitada,

donde te postarei cartas...

e seguirei a ouvir teus gemidos.

E estejas certo...

Ainda perderás os sentidos!

Pois continuarei a cantar

e a te endereçar flores...

de plástico!

Ali...

naquele mesmo eldorado

no apogeu da ingenuidade!

aonde,

sob o feitiço das rimas ...

seguimos a mesma miragem,

nós enterramos o amor

e ressuscitamos a saudade.