Ao Léu
Senti fome, sede e frio
No vão vazio onde me deixaste.
Parece até desastre,
Mas sucessivo quão bruta dor
Cavando a mão nua
Com ufano sorriso.
Entre os dentes,
Meu pranto rosnou baixinho a noite inteira
E com dois goles de tristeza,
Adormece sobre a mesa
Posta por tua confiança;
Confiança que errou o caminho,
Sumiu no breu obscuro
Com a vela da esperança quase apagada...
É preciso ar,
É preciso mais,
É preciso muito mais, amor,
Pra não me deixar ao léu.
É preciso comida, água e cobertor,
É preciso dar valor.
É preciso amor!