A FLOR DA ESPERANÇA

Todas as solidões e sombras que o amor depositar à soleira de tua porta – a qualquer tempo – mesmo que não contenham o gosto do abraço e do beijo, são abençoadas pelo fervor da Onipotência. Servem como alertas para o devenir da possessão cotidiana. Há que se parar pra perguntar ao amargo coração se ele está cansado de bater ou de fruir o alento gozoso de conviver ao sol e à chuva. Quando o carinho ausente é o dos filhos, há que se agir mais do que chorar detrás da porta. Ânimo! É necessário recolocar a tabuleta de advertência bem visível: Cuidado, há serpentes à solta nos jardins! Depois – mais do que nunca – é preciso ficar à espera da roseira da Paz, que em algum canteiro vai nascer. E essa flor do tempo dirá: Eu te amo! E eis que o antigo verbo, entre os verdes, moldará a inusitada flor da Esperança...

– Do livro O AMAR É FÓSFORO, 2012.

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