Se você é feliz, saiba

As tolices que se pode fazer quando apaixonado são um desafio à mente mais arguta. Essa fica desconcertada quando, de uma mesma fonte verte “água doce e salgada” como ensina Tiago.

Lábios suaves e ternos quando a paixão ainda engatinhava, se tornam ácidos, insensíveis, depois que ela se vai... Juro que raspei a última moeda do cofrinho do cérebro, para tentar comprar entendimento, e faltou dinheiro à beça. Sei lá quantos porquinhos teriam que ser quebrados, ou, se todos que existe bastariam...

O fato é que fazemos afirmações duradouras, quase eternas, açodados por emoções efêmeras como a flor do hibisco.

Na maioria das vezes, quando alguém diz, “eu te amo”, na verdade, está dizendo: Eu me amo, e quero dar você para mim.

Segundo ensina Paulo, o “amor não busca seus próprios interesses”; e quantos de nós amamos assim, preocupados, antes de tudo, com os anseios da amada? Acho que na arte do vero amor, podemos tomar posse da frase de certa música que dizia: “A gente somos inútil”.

A droga do egoísmo é tão facilmente censurável nas vidas de terceiros, e quase imperceptível, na nossa. Você quer tudo do seu jeito, acusamos, quando não estão as coisas, do nosso.

Não raro o egoísmo se mata a “pau” nos estragos de relacionamentos que tinham sentimento submerso nele, e quando suas águas escoam, desfeitos os laços, os perdedores, enfim fazem a boa leitura sem gastar uma moeda sequer. “Eu era feliz e não sabia”.