Sou fogo.
Sou fogo.
Quero incinerar-me em fogo eterno
Para expurgar para sempre os pecados
Que cometi em carne inerme
A fim de contradizer a máxima divina
Que o pó ao pó voltará. Eu, enterrado não serei,
Pelo fato de ter vivido sobre o comando da mente
E não do instinto selvagem, quero preservar
Minha nobre linhagem, voltar ao fogo que me deu a luz
E uma alma tão audaz. Sou fogo, não tenho dúvida.
Destruo tudo que se aproxima do meu canto
Encanto aos homens mais distantes do mundo real
Distraio os incautos, que atraio para consumir sem dó
Como crianças inocentes, que não pressentem o medo.
Apenas as minhas cinzas sairão sobre o dorso do vento
A procurar em algum lugar o meu último pensamento
As imagens que produzi em breve tempo
Para celebrar um culto ao sumo ego dos meus eventos.
Brasília 31/01/2007 Evan do Carmo