A LUA SAUDOSA
Eu vi a lua chorando
Será que estava com frio
Ou chorava de saudade
Do calor ardente
Que lhe traria o abraço do sol?
Ela estava solitária,
Vagando a esmo na amplidão
Talvez pensando o quanto
Dói às vezes a solidão.
Eu vi que ela chorava
Sem queixar-se, em silêncio,
Porque nunca, ou quase nunca,
Está nos braços do sol.
Passam noites, passam dias,
As nuvens passam por ela,
Às vezes tentam esconder,
Mas ela, humildemente,
De mansinho vai saindo...
E enquanto não amanhece
Vais sendo a inspiração
Para os poetas que cantam
Sua dor, sua saudade,
E em qualquer direção.
Eu via a lua chorando, conformada,
Sem queixar-se, à espera do amado,
Daquele abraço ardente
Onde nuvens e estrelas os contemplam
E em silêncio os aplaude.