Desencanto
Desencanto
Insípida paixão alimentei;
Nos meus arroubos poéticos vaguei
por mares distantes da realidade,
Comum aos homens sóbrios,
Aos seres vivos de pés no chão...
Perdi-me em becos tristes sem ar,
Sem vida, dormi ao relento
sobre chuva e vento de desilusão...
Não alcancei o âmago dos versos livres
De sombras de alienação...
Sonhei que fosse maior que o sonho de ser livre,
Que enfim chegaria no topo da vaidade satisfeita,
Afeita a ser grande, como grande é a vontade de ser poeta...
Evan do Carmo