PENAS
PENAS
No alto da montanha a falésia me atrai,
De lá olho o mar revolto e num segundo depois
Penso nas aves que planam e voam aqui,
Carregam alimentos e o calor das penas
Para seus pequeninos indefesos famintos.
Já eu, carrego as minhas penas pra refletir,
Balançar minha consciência e me colocar no chão,
Daí sim olhar o paredão imponente cheio
De vertentes de beleza e compaixão.
O tufão ajuda a me acordar e secar
a umidade dos olhos, teimosos e ainda
mimosos a se controlarem, quem sabe
rezar mais uma vez, clamando a Deus.
Uma coroa de flores navega,
quem a colocou no mar?
Outros também rezam!
Tropeço nas ossadas marinhas e
Nas minhas divagações,
Ao longe vejo as portas ogivas
Do que restou do passado e desenterro
Ainda mais lembranças, mais penas...