POEMA AUTISTA DE ABRIL
silvania mendonça almeida margarida
Quando o outono chega,
cheio de beleza e melancolia,
os amigos estão presentes
nos trazendo alegria
Um autista que espera
sem esperar um retorno,
que se entrega ao
poema autista em abril
nada diz mas quer ver
a felicidade do outro
é criança que merece cuidados especiais;
um ser grande, mesmo incapaz
que nos emociona pelo fato de existir
que nos proporciona
o véu azul das estrelas
Nas noites de abril
O poema autista de abril
Abarca apenas uma data
A comemorar o azul dos céus
O azul dos mares e dos
horizontes pela manhã
Transcende-se em dois
Multiplica-se em dois
Para se colocar sozinho
Frente ao mundo de luz
E eu e minha família
Os meus amigos e educadores
Indagam neste poema autista de abril
Quantas vezes você irá se manifestar
Sair deste mundo e correr
Infinito e grandioso ser
Com asas azuladas da evolução
Minha esperança é realmente relutante...
E eu vou quero mais do que nunca abraçar você
Outras vezes...Infinitas vezes...
Meu poeta azul de abril
Eu não sei porque eu amo você desse jeito...
Eu só sei como acabar com seu autismo...
Eu só sei como vencer esse amor...
Eu sinto que você até virá...
E suas mãos que estão presas no seu mundo
Soltar-se-ão levemente
E você irá me abraçar tanto como eu abraço você...
Cantaremos o azul dos dias
Na nossa poesia encantada
E repito em outro outono
Como o ano que passou
Só sei que vou poder viver
O infinito ao seu lado...
E muitas velas azuis
do autismo serão acesas
Mas sei também que
é tão passageiro quanto eu.
Quanto todos nós
E seremos livres na procura do céu azul!