O LÁPIS

Não sei se foi a maior invenção do homem,
Mas foi a minha melhor descoberta...

Apontando lápis
com estilete,
(pois quem inventou o apontador
não falou antes comigo)

Enquanto escrevo eu converso
E é com você, venha ver
Enquanto assobio, chupo cana
Enquanto vivo eu me divirto
Ainda sobra um tempo e descanso
Pego o bonde andando
E me sento na janela...

Ah! O lápis.
Sem ponta...

Apontando o lápis

Afia
Amola
Aponta
E a ponta aponta
Afiada
Amolada
Apontada
Aponta a ponta
Para fora...

Para lamber o papel
Sangrar o branco
Quebrar o silêncio
Descrito e escrito
Cuspido de vez
Desentranhado
Outra vez

Amola
A ponta
Afia
Afiada
Aponta a ponta
Para dentro

E arranca
A palavra calada
O silêncio branco
A vontade entranhada
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 31/03/2012
Reeditado em 11/05/2021
Código do texto: T3585924
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